sábado, 30 de outubro de 2010

SEMENTE

Henrique de Oliveira Moreira



Ainda sou semente
Meio sem vida, enrusgada,
Tosca,
Energia condensada;
Quase sempre maltratada,
Prestes a nem sei lá.

Mas um dia,
Caio em terra boa
E começo, e começo
A me esparramar:
Vou mostrando minhas raízes,
Vou crescendo, vou subindo,
Vou rebentando
Essas cascas, essa dureza, esse receio...

E vou me tornando planta,
Devagarzinho me torno santa;
E mostrando meus espinhos (proteções adquiridas com o tempo),
Espinhos até não poder mais...

Então, explodo
Em botão,
Em flor,
Em cheiro,
Em forma,
Em vida
Que de ver é só beleza!

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