Henrique de Oliveira Moreira
Ainda sou semente
Meio sem vida, enrusgada, Tosca,
Energia condensada;Quase sempre maltratada,
Prestes a nem sei lá.
Mas um dia,
Caio em terra boaE começo, e começo
A me esparramar:
Vou mostrando minhas raízes,
Vou crescendo, vou subindo,Vou rebentando
Essas cascas, essa dureza, esse receio...Devagarzinho me torno santa;
E mostrando meus espinhos (proteções adquiridas com o tempo),
Espinhos até não poder mais...Então, explodo
Em botão,
Em flor,
Em cheiro,
Em forma,
Em vida
Que de ver é só beleza!
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